Dificuldades Financeiras em Moçambique: Protestos Pós-Eleitorais Não São os Únicos Culpados
Recentemente, a situação financeira em Moçambique tem gerado discussões, especialmente em relação ao pagamento do 13º salário.
Este mês, os funcionários e agentes do Estado devem receber apenas metade desse benefício, uma decisão que surge após o governo anterior, liderado por Filipe Nyusi, ter declarado não ter condições para efetuar o pagamento devido aos protestos que se seguiram às eleições gerais de outubro de 2024.
A Confederação das Associações Económicas (CTA) alertou que os protestos quase devastaram 40% do setor industrial, enquanto o economista Egas Daniel enfatiza que tais manifestações afetaram gravemente a capacidade do Estado de honrar seus compromissos financeiros.
Segundo a ministra das Finanças, a tensão pós-eleitoral resultou em uma perda de 42 mil milhões de meticais no último trimestre, um valor que realmente limita as finanças públicas.
No entanto, Daniel ressalta que a crise financeira do governo moçambicano não se resume apenas aos protestos recentes.
Ele recorda que desde a implementação da Tabela Salarial Única em 2022, o país tem enfrentado dificuldades para pagar salários, com constantes atrasos e cortes. Esses problemas já existiam e continuaram a se agravar ao longo dos anos, conclui o economista.
De fato, em 2022, o 13º salário não foi pago, e em 2023, apenas 30% do valor foi transferido, dividido em duas parcelas.
As dificuldades financeiras de Moçambique são, portanto, um reflexo de uma crise mais profunda que transcende as manifestações recentes. Leia Mais...