Empresa Fantasma Recebeu Milhões do Fundo de Estradas para Instalar Sistema de Portagens em Moçambique

Empresa Fantasma Recebeu Milhões do Fundo de Estradas para Instalar Sistema de Portagens em Moçambique

Empresa Fantasma Recebeu Milhões do Fundo de Estradas para Instalar Sistema de Portagens em Moçambique

Uma investigação recente revelou um escândalo milionário envolvendo o Fundo de Estradas de Moçambique. A empresa UFUDO Lda., que ainda não existia legalmente, foi contratada para fornecer e instalar um sistema eletrônico de cobrança de taxas de portagens.

O contrato, no valor de 123 milhões de meticais (cerca de 2 milhões de dólares), foi assinado 11 dias antes da UFUDO estar formalmente registada na Conservatória de Entidades Legais.

O concurso público, realizado em 2020, teve apenas uma proposta: a da própria UFUDO Lda., que tinha um capital social inicial de apenas 100 mil meticais.

No momento da adjudicação, a empresa não possuía os documentos obrigatórios, como a certidão de registo comercial e alvará, mas foi classificada como qualificada pelos técnicos do Fundo de Estradas, que mesmo assim deram o contrato à empresa.

A situação se complica ainda mais ao se descobrir que o processo de contratação não foi submetido à fiscalização do Ministério Público, como exige a legislação para contratos superiores a 600 salários mínimos. O Fundo de Estradas não respondeu aos pedidos de esclarecimento sobre esse procedimento irregular.

Sistema Vulnerável e Suspeitas de Manipulação
A investigação também revelou falhas graves no sistema de cobrança instalado pela UFUDO e operado pela REVIMO. Usuários frequentemente pagam taxas sem receber recibos, e em várias portagens o pagamento só é aceito em numerário, o que abre espaço para corrupção e desvio de receitas. Estima-se que cerca de 30% das receitas anuais das portagens podem estar a ser desviadas.

Após as manifestações pós-eleitorais de 2024, a sociedade civil tem questionado a legalidade e a transparência das portagens, já que muitas infraestruturas foram destruídas em protestos contra os altos custos e a falta de benefícios tangíveis.

Este escândalo traz à tona o possível envolvimento de elites políticas em contratos públicos duvidosos, enquanto os usuários das rodovias continuam a enfrentar uma infraestrutura deficiente, sem que as receitas arrecadadas resultem em melhorias reais.

Este caso destaca a necessidade urgente de mais transparência e fiscalização sobre o uso dos recursos públicos em Moçambique, com um forte apelo por justiça e responsabilização dos responsáveis. Leia Mais...

Enviar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem

Seguidores